O maior Marketplace do Brasil e da América Latina – o Mercado Livre, ascendeu no início desta semana, um alerta sobre aumentos abusos nos preços de fretes do Correios, principal serviço postal do país.
A campanha “#FreteAbusivoNão” denuncia o aumento de até 51% nos valores de serviços de frete de encomendas no Brasil – o que já é considerado um dos serviços de Correios mais caros do mundo.
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Segundo o Mercado Livre, envios de Fortaleza para Joinville, terão um aumento de 50,89% no valor do frete para encomendas de até 500g.
De São Paulo para Campina Grande, os produtos de até 500g poderão ter frete calculado em até 49,90% além do valor habitual. Já o frete para São Paulo até o Acre, na cidade de Cruzeiro do Sul, o serviço pode custar 42,54% mais caro.
O que o Correios tem a dizer sobre isso?
Apesar das informações relatadas pelo Mercado Livre, um dos maiores parceiros dos Correios do Brasil, o Correios afirmou que o valor de aumento dos fretes terá uma média de 8%.
Em contato com o Correios, o portal de notícias “TecMundo” recebeu a seguinte resposta em relação aos aumentos divulgados nesta semana;
“Ao contrário do que foi divulgado [pelo Mercado Livre], o reajuste não será de “até 51% no frete dos produtos a todos que compram e vendem pela internet”. A média será de apenas 8% para os objetos postados entre capitais e nos âmbitos local e estadual, que representam a grande maioria das postagens realizadas nos Correios.
Cabe ressaltar que o reajuste não é para os preços de e-commerce, mas para os serviços de encomendas dos Correios, também utilizados pelo e-commerce. Trata-se de uma revisão anual, a exemplo do previsto em contrato. A definição dos preços é sempre baseada no aumento dos custos relacionados à prestação dos serviços, que considera gastos com transporte, pagamento de pessoal, aluguéis de imóveis, combustível, contratação de recursos para segurança, entre outros.
O maior dos países citados – a Argentina – tem cerca de um terço da extensão territorial do Brasil, e 40% de toda a sua população concentrada na região metropolitana de Buenos Aires
Comparar o preço de frete praticado no Brasil com os países vizinhos, como faz a nota, é tendencioso e pode levar o consumidor a acreditar em uma falsa premissa. O maior dos países citados – a Argentina – tem cerca de um terço da extensão territorial do Brasil e 40% de toda a sua população concentrada na região metropolitana de Buenos Aires. A maior cidade brasileira, por sua vez, tem 10% da população do país. Outro exemplo citado na nota, a Colômbia, é cerca de seis vezes menor que o Brasil. Os desafios de transporte em um país com dimensões continentais são muito maiores e os custos para manter a presença dos Correios em todo o território nacional são altíssimos.
Os contundentes problemas relacionados à segurança pública em diversas localidades do país também são pontos que merecem ser destacados. Conforme amplamente divulgado pelos veículos de comunicação, no Rio de Janeiro a situação de violência chegou a níveis extremos e o custo para entrega de mercadorias nessa localidade sofreu altíssimo impacto, dadas as medidas necessárias para manutenção da integridade dos empregados, das encomendas e até das unidades dos Correios. Por esse motivo, foi estabelecida uma cobrança emergencial de R$ 3,00 para os envios destinados à cidade do Rio de Janeiro, cobrança essa que poderá ser suspensa a qualquer momento, desde que a situação de violência seja controlada. Vale esclarecer que essa cobrança já é praticada por outras transportadoras brasileiras desde março de 2017.
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A revolta do consumidor
Não é de hoje que nós consumidores pedimos um produto pela Internet e esperamos até 1 mês para chegar. Esse é o serviço “precário” em relação ao tempo, apresentado pelo Correios para a modalidade PAC, esta deixada para trás, em função da priorização do Sedex.
O Correios, que antes já foram muito reverenciados pelo consumidor, hoje sofre com sua instabilidade financeira e cenário insustentável. Alguns acusam uma má administração. Outros dizem que o Correios é insustentável. Por outro lado, nós acreditamos nas duas questões.
No entanto, é válido imaginar que o problema não é exclusivamente o Correios. A situação política e econômica do país afetam diretamente a estatal e as cidades mais distantes dos grandes centros, onde compras online e envio de remessas são consideravelmente menos comuns do que nas regiões Sul e Sudeste.
Mas isso não justifica o preço cobrado. O serviço já era caro, ficou mais caro e pior. As encomendas PAC estão demorando uma eternidade para chegar ao consumidor, basta comprar e acompanhar.
Entrando em primeira pessoa e contando um fato verídico, recentemente fiz um envio para São Paulo e ele demorou 32 dias para chegar, saindo do interior de Minas Gerais. Quem espera receber uma encomenda em 32 dias?
Essa é uma boa pergunta para a administração do Correios. Se aumentar o preço é válido, por que o serviço decai?
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