A Netflix foi proibida de competir no Festival de Cannes, de acordo com um relatório divulgado pelo The Hollywood Reporter. Segundo o site, o diretor de Cannes, Theyre Fremaux, disse ao THR na semana passada que a proibição se deve ao fato de a Netflix se recusar a lançar seus filmes nos cinemas, optando por lançá-los somente e exclusivamente em seu serviço de streaming.
No caso de Okja, de Bong Joon-ho, e de The Meyerowitz Stories, de Noah Baumbach – filmes que entraram em Cannes no ano passado, com protestos generalizados de cineastas franceses – a Netflix não conseguiu permissão neste ano para incluir seus títulos em um dos festivais mais conceituados do mundo do cinema e da televisão.
“No ano passado, quando selecionamos esses dois filmes, achei que poderia convencer a Netflix a lançá-los nos cinemas. Eu era presunçoso, eles se recusaram”, disse Fremaux ao THR .
“O pessoal da Netflix adorou o tapete vermelho e gostaria de estar presente com outros filmes. Mas eles entendem que a intransigência de seu próprio modelo é agora o oposto do nosso.”
A começar pela Cannes deste ano, que acontece em maio, os filmes exibidos na competição precisarão ter uma versão teatral francesa. A Netflix ainda pode exibir filmes em Cannes, acrescentou Fremaux, mas seus filmes não serão elegíveis sem passar primeiro por cinemas e teatros.
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A Netflix precisa se adaptar à Cannes ou Cannes precisa se adaptador ao ‘modelo’ Netflix?
Com a decisão do festival, fica a dúvida de qual lado de fato está errado. Na verdade, não há lado errado e sim exigências de um festival que premia títulos.
A Netflix produz títulos. Descartá-los por uma necessidade de mantê-los privados de seu serviço de Streaming, pode ser uma decisão retrógrada do festival de Cannes, que poderia se adaptar aos novos modelos de exibição, que crescem cada vez mais. Contudo, a decisão pode jogar uma nova aventura ao serviço de Streaming; embarcar nos grandes cinemas e teatros mundiais, levando seus títulos para mais pessoas.
No entanto, não parece muito viável descartar títulos somente e exclusivamente pelo fato de que eles não são lançados no cinema. A ideia parece um boicote, por que não leva em consideração a qualidade do projeto desenvolvido, tão pouco a valorização de seus envolvidos – e sim o simples fato de ele ser exclusivo para a plataforma.