O Facebook disse nesta quinta-feira (17) que havia retirado centenas de contas iniciadas na Rússia, que julgou estar envolvido em comportamento inautêntico coordenado em suas plataformas, incluindo alguns ligados a agência de notícias estatal Sputnik.
Em outro comunicado, o Sputnik atacou a rede social por uma decisão que, segundo ela, era política e representava a censura de sete páginas do Facebook pertencentes a seus centros de notícias nos países vizinhos.
O chefe da política de segurança cibernética do Facebook, Nathaniel Gleicher, disse em um post que tinha descoberto duas operações distintas que se originou na Rússia, com um ativo em vários países do Leste Europeu e outro específico para a Ucrânia.
A empresa de mídia social informou que retirou cerca de 364 páginas do Facebook e contas que operam nos estados do Mar Báltico, na Ásia Central, no Cáucaso e em partes da Europa, e que as páginas estavam ligadas a funcionários do Sputnik.
“Apesar de suas deturpações de identidades, descobrimos que essas páginas e contas estavam ligadas a funcionários do Sputnik”, escreveu Gleicher. “Algumas das páginas costumavam postar tópicos como sentimento anti-OTAN, movimentos de protesto e anticorrupção”.
O Facebook tem sido criticado nos últimos dois anos por sua lentidão em desenvolver ferramentas para combater o conteúdo extremista e as operações de propaganda.
Ele e outras empresas de mídia social têm como alvo a interferência estrangeira em suas plataformas, após críticas de que não fizeram o suficiente para detectar, suspender e divulgar os esforços russos para influenciar o resultado da corrida presidencial dos EUA em 2016.
Irã e Rússia têm ambas as alegações negadas que eles usavam plataformas de mídia social para lançar campanhas de desinformação, mas o Facebook e o Twitter tiraram milhões de mensagens e contas fechadas ligadas à influência nas operações na corrida para eleições intercalares de novembro passado.
O Facebook também disse que, com base em uma denúncia do aparato judiciário legal dos EUA, retirou separadamente 107 páginas, grupos e contas e 41 contas do Instagram originadas na Rússia e operadas na Ucrânia.
“Não encontramos nenhum elo entre essas operações, mas eles usaram táticas semelhantes ao criar redes de contas para enganar os outros sobre quem eram e o que estavam fazendo”, disse a empresa.
Com as contas específicas da Ucrânia, o Facebook disse que identificou alguma sobreposição técnica com a atividade baseada na Rússia, incluindo um comportamento que compartilhava características com atividades anteriores da Agência de Pesquisa da Internet (IRA, na sigla em inglês).
A IRA foi indiciada pelo Conselho Especial Robert Mueller em 2018 por inundar a mídia social com informações falsas em uma tentativa de semear a discórdia no período que antecedeu a eleição de 2016.
Um relatório do New York Times em novembro afirmou que o CEO Mark Zuckerberg e outros executivos tentaram desviar as críticas internas e no Congresso sobre a propaganda russa que se espalhou pelo Facebook nos últimos três anos.
Zuckerberg defendeu sua resposta à interferência da eleição russa no Facebook e publicou um novo plano com o objetivo de sufocar o mau comportamento.