A Vivo, NET e Oi anunciaram recentemente um novo modelo de cobrança de internet banda larga ADSL que foi aprovado pela Anatel e já entrou em vigor para novos contratos. O novo modelo limita o acesso a internet acrescentando o limite de dados em planos de banda larga fixa, assim como funciona em linhas móveis. Com a medida, serviços como Youtube e Netflix são atingidos diretamente, já que o plano de maior custo e maior banda é oferecido pela Vivo e tem como limite 130 GB, após isso, a operadora simplesmente vai cortar o acesso a internet, a não ser que o usuário pague mais para continuar utilizando.
Agora, ao iniciar a fusão da GVT na VIVO, após a compra da empresa, usuários estão revoltados pelo fato de que a vivo pudesse limitar o acesso a banda larga fibra óptica, o que de fato vai acontecer. Em resposta a um usuário no Facebook, a Vivo esclareceu que isso acontecerá em 2017, veja:
Apelar para o ridículo? Medida ‘sem-noção’
Nós do TecStudio contrariamos diversos sites que evitam falar sobre o assunto devido a ‘crédito’ por Merchandising ou outras ‘tretas’ com certas operadoras de telefonia e decidimos falar abertamente sobre o assunto; O novo plano de medida de internet banda larga fixa é totalmente sem-noção e desesperado ato de operadoras que não sabem onde ‘arrancar’ dinheiro do consumidor.
A ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) deve proteger o consumidor, mas ao contrário disso, o órgão revelou que a medida é benéfica ao usuário.
Procurados pelo Tecnoblog a VIVO revelou que o novo modelo de internet banda larga é uma ‘tendência mundial’:
“Tecnoblog: Oi e NET possuem franquia com redução de velocidade, mas fazem vista grossa quanto a isso. Muitas vezes a Vivo fala em corte de velocidade, e não redução. Isso realmente vai acontecer? É um caminho sem volta?
Gebara: Sim, é um caminho sem volta, por ser uma tendência adotada mundialmente.”
Tendência mundial: Realmente existe uma tendência mundial em limitar planos de banda larga fixa, porém, em país de primeiro mundo, onde Saúde, Educação, Saneamento básico e combate à pobreza são prioridade. Mas por que levantar essa questão? É que, em países de primeiro mundo, até os mais pobres tem condições de bancar planos de internet limitada que suprem suas necessidades de estudos e trabalho. No Brasil, o salário mínimo não para de “estourar” em aumentos de contas de água, luz e internet cada vez mais caras – enquanto isso, os planos de internet limitada serão oferecidos com valores absurdos para quem quer muito entretenimento.
E sabe onde está a melhor? Ao ser questionada sobre a medida ferir o Marco Civil da internet, a operadora não soube responder acusando o Tecnoblog de fugir do principio da conversa;
“Tecnoblog: Essa medida não fere o Marco Civil da Internet, segundo o qual uma operadora só pode barrar o acesso de um cliente se ele deixar de pagar a conta?
Antes de obter resposta para a pergunta, a conversa foi interrompida pelo assessor de imprensa por “fugir do escopo inicial da entrevista”, com a promessa de futura oportunidade para discussão exclusiva de assuntos sobre franquia na banda larga fixa.”
O que muda com a franquia de internet limitada?
A internet no Brasil pode ser tornar uma ‘prisão’ para os usuários mais avançados, empresas e gigantes da tecnologia. A medida de franquia limitada de internet fere diretamente serviços como o Youtube e Netflix.
Google, Microsoft, Apple e outras empresas tem serviços que exigem muito tráfego de dados, e que também terão acessos interrompidos. Google Play, Windows Store e Apple Store tiveram um aumento significante no número de downloads efetuados por redes Wireless nos últimos anos, devido ao limite de dados em aparelhos móveis. Agora, se você usar uma dessas lojas para download em sua rede Wi-Fi, também será limitado.
Indústria de filmes e jogos digitais corrompida
Quem mais deve sofrer com tal medida contratual é a indústria brasileira de filmes e jogos digitais, isso por que quando você comprar um jogo na Steam, vai precisar baixá-lo e consequentemente terá a redução ou corte de sua internet, pelo tamanho dos jogos baixados. Sistemas para aluguel e compra de filmes digitais, também terão queda em seus clientes, já que às pessoas evitarão comprar esse tipo de entretenimento devido à redução e corte impostas por operadoras.
Família grande? Cada um com seu plano de internet
Se em sua casa moram muitas pessoas, imagine o que cada uma utiliza de internet em sua rede WiFi? Nos últimos 7 dias, eu utilizei cerca e 3.41 GB de internet somente em meu smartphone. É ai que você pensa; Computadores, Vídeo-games, smartphones e até seus ‘vizinhos’ utilizando sua internet? E você ainda terá o plano de 30 GB de franquia? O melhor seria cada um contratar o seu plano de internet fixa. Em uma casa com 5 moradores, teríamos 5 roteadores, o que seria a melhor solução para evitar conflitos familiares do tipo“Você acabou com a internet vendo fotos e vídeos da Simone?”.
Atualmente já sabemos que o Ministério Público Federal quer barrar a medida (vamos rir muito se isso acontecer) mas enquanto isso não acontece, devemos aguardar o parecer da Justiça para parar de uma vez por todas essa e outros injustiças feitas por operadoras de telefonia móvel no Brasil.
Uma coisa é certa: A VIVO não é dona da internet Brasileira e ela não pode simplesmente nos tirar uma das coisas que mais nos fazem felizes, o entretenimento livre. A internet é indispensável e é algo que o país demorou muito para atingir o maior número de pessoas possível e ‘tirar’ isso das pessoas pode ser comparado com um crime. Hoje, centenas de pessoas vivem de serviços como o Youtube, tanto para criar conteúdo como para assistir e isso é o que deixa as centenas de pessoas que criam, e as milhares que assistem felizes. Milhares de pessoas estão jogando vídeo game online, milhares de pessoas estão baixando aplicativos e jogos, e milhares de pessoas querem fazer isso sem limites, por que é o único momento em que nós podemos realmente ser livres, para fazer tudo o que é necessário onde mais chegamos perto de ser ilimitados, na internet.
Por isso, não deixem uma empresa levar nossa ‘rotina’ pelo dinheiro. Ninguém tem nada haver se operadoras estão perdendo com serviços de TV para os serviços de Streaming e multimídia online. A Google pensou bem ao comprar o Youtube, e o Netflix também foi pensado por planos e metas inteligentes em seu desenvolvimento, por isso deu certo. E a VIVO? Será que ela não pode pensar de forma inteligente para dar a volta por cima ou criar serviços que realmente façam a empresa crescer ao invés de limitar o usuário e fazê-lo pagar mais pelo que já existe? De fato resta-nos aguardar, apenas.