“Dispositivos de IOT nos próximos anos” é o termo chave para chegar até um estudo da IoT Analytics Research de 2022, que mostra uma projeção de dispositivos IoT no mercado até 2025. Em 2022, eram 12 bilhões. Para 2025, as projeções apontaram 27 bilhões de novos dispositivos.
Se nos últimos 10 anos esses dispositivos já vem crescendo exponencialmente, essa projeção se mostra avassaladora em relação aos dados dos últimos anos, que são tímidos perto das expectativas desse mercado.
Mas isso não foi suficiente para que o Estadão – jornal de grande relevância – publicasse um artigo defendendo que a CEITEC, Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada do Brasil – seja uma empresa inútil.
É claro que o artigo tem um carácter político, mas é desonesto afirmar isso sem considerar que vivemos uma guerra comercial de semicondutores – e essa é a única guerra que o Brasil precisa entrar. O Brasil deve fabricar e fornecer chips eletrônicos para o mercado, por que isso é o presente e o futuro.
Leia também: Opinião: Governo Lula precisa investir na CEITEC, fábrica de semicondutores
CEITEC e os semicondutores
Semicondutores são tão importantes, que até mesmo o teclado utilizado para escrever um artigo de jornal possui um componente eletrônico que faz o controle e a dinâmica de funcionamento do dispositivo.
Fones de ouvido, geladeiras, relógios inteligentes – tudo isso e muito mais – dependem de semicondutores para que possam gerenciar atividades inteligentes, principalmente os que possuem acesso à internet.
Lá fora, quem fabrica esses componentes são companhias que investem muito dinheiro, mas que também ganham muito dinheiro. Para se ter uma ideia, a TSMC, a maior fabricante de semicondutores do mundo, tem uma receita de R$ 362,4 bilhões – e nem isso foi o bastante para que o Estadão revisasse seu roteiro em afirmar que a CEITEC seria inútil – em tom de que o Governo não deveria revivê-la. A receita da TSMC representa 22,5% do PIB do Brasil.
Certamente, uma das decisões mais acertadas no início do Governo atual, foi ter voltado os olhos para a CEITEC. Assim como foi feito anos atrás com a Petrobras, a importância dos semicondutores já deveria há muito tempo ser tema principal no Congresso Nacional, objeto massivo de estudo no campo de pesquisa nacional e tema de debate nas escolas e rodas de compartilhamento de informação.
A única inútilidade neste contexto, é o atraso que nos levou a valorizar esse potencial.