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Enem 2018: Como funciona o rigoroso esquema de segurança para proteger as provas do exame

Não parece tão simples evitar que questões e, principalmente, o tema da redação do Enem sejam divulgados na internet antes da aplicação do exame. Por isso, existe um grande e tecnológico esquema de segurança por trás do maior vestibular do Brasil.

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Desde o desenvolvimento das questões até a aplicação, equipes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), as Polícias Federal, Civil e Militar, o Exército, os Correios e vários outros membros do Ministério da Educação e conveniados ao instituto responsável pela aplicação, além de outros agentes de segurança participam da agenda que desenvolve, faz a logística e aplica a prova mais esperada por milhões de vestibulandos.

Você já deve ter imaginado como tudo isso é possível sem que haja nenhuma interferência a fim de colocar em risco todo o exame. Quem já fez o Enem, sabe o quanto é tenso realizar a prova sob o forte esquema de segurança nas unidades de aplicação – tais como detectores de metais e forte presença de agentes de segurança.

O INEP divulgou algumas informações sobre como funciona esse processo.

Como é feita a segurança do Enem?

“De comboio de segurança da Polícia Militar, aos caminhões vigiados por satélite dia e noite e que só abrem as portas remotamente e com autorização devida”

1. Desenvolvimento das questões

Esse trabalho é realizado em um Ambiente Físico Integrado Seguro (AFIS) – que é um espaço de segurança
máxima com várias salas, onde são analisadas todas as questões usadas em exames e avaliações do Inep. A área só pode ser acessada após uma série de autorizações e um completo procedimento de segurança. O acesso é restrito a poucos servidores do Inep e a colaboradores que só entram na área após atravessarem um escâner corporal e várias portas duplas. Além de tudo isso, ainda é feito a identificação por meio da biometria.

Enem 2018
Imagem: Pixabay – Desenvolvimento, logística e armazenamento das provas são dotados de proteção.

No desenvolvimento de uma única questão, os responsáveis precisam se adequar ao modelo requerido pelo INEP. Antes disso, é feito um edital para selecionar tais responsáveis para participarem do processo. Em seguida, as equipes das quatro áreas de conhecimento avaliadas pelo Enem capacitam os colaboradores, alinhando os critérios estabelecidos pelas matrizes de referência e pelo guia de elaboração e revisão de itens.

“Questões seguem rigoroso processo de desenvolvimento, a fim de serem incluídas no Banco Nacional de
Itens (BNI)”

Após as revisões, o próximo passo é carimbar e aprovar as questões. Os avaliadores técnicos das determinadas áreas de conhecimento podem descartar algumas delas, que retornam para o processo criativo.

Por fim, são auditados pré-testes de um conjunto de itens a uma amostra populacional com características semelhantes a do público-alvo do Enem. A pré-testagem é a forma empírica de avaliar parâmetros, tais como dificuldade, o grau de discriminação e a probabilidade de acerto ao acaso da questão. Com o resultado, as questões passam por uma análise pedagógica e métrica. Quando aprovadas, as questões começam a fazer parte do Banco Nacional de Itens (BNI) – um banco de dados do instituto que é utilizado para diversos vestibulares gerenciados pelo INEP.

2. Impressão e preparação da prova

Um dos maiores vestibulares do mundo tem que ser exemplo também na hora da impressão dos cadernos de prova, rascunho e gabarito. A gráfica responsável por realizar esse procedimento, é extremamente vigiada por agentes de segurança, com um rígido controle de acesso e sistemas que acusam quando um funcionário chega perto de algum caderno de questões.

Esse processo começa quando um HD do INEP – levado de avião por autoridades do instituto – é enviado para a gráfica se segurança máxima conveniada.

Noooooooossa TecStudio, mas aí alguém pode roubar o avião, pousá-lo em um aeroporto clandestino e depois abrir as informações do HD! Não! Não pode.

Isso acontece por que, em outro avião, um segundo servidor do INEP leva a senha e informações para abrir o HD que contém os arquivos para a impressão das provas. Ou seja, se alguém roubar o avião e considerar ter acesso aos arquivos das provas, não conseguirá esse feito.

Para o Enem Libras, a prova é gravada em um estúdio monitorado dentro do Ambiente Físico Integrado Seguro (AFIS). Assim como as provas em texto, os DVDs que contém a prova em Libras também são enviados para as gráficas.

Com o material em mãos, os funcionários da gráfica tem acesso mínimo aos conteúdos da prova. Para isso, é preciso dividir as salas em duas alas. Para garantir que os cadernos de questões não se misturem, uma imprime primeiro dia de prova e a outra imprime o segundo. Todos os funcionários da gráfica são monitorados por centenas de câmeras e usam camisetas de cores diferentes, que identificam a função de cada pessoa.

Só os funcionários de extrema confiança, identificados com uma cor específica, podem ficar perto da rotativa. Se alguém com outra cor de camiseta se aproxima das provas, é disparado um alarme. Para entrar na área de impressão, os funcionários da gráfica passam por várias camadas de segurança, que incluem escâner corporal. As provas prontas são colocadas em malotes.

3. Armazenamento, logística e segurança

Após os processos de impressão, as provas seguem para os centros de armazenamento e distribuição, que ficam em unidades do Exército Brasileiro. Com a ajuda dos Correios, os caminhões fazem todo o processo de logística até as unidades e são monitorados por satélite, com portas automáticas e remotas que são abertas à distância.

Essas caminhões só são autorizados a fazer a interiorização das provas com um decreto que é assinado em Setembro, permitindo tal movimentação para as 27 Unidades Federativas do Brasil. Todos os caminhões, além de conter forte esquema de segurança remota, são escoltados por agentes da Polícia Rodoviária Federal ou Militar.

Enem 2018
Foto: Edilson Dantas / Extra

Quando chegam aos colégios e locais de aplicação, as provas ficam sob vigilância armada até o dia da aplicação.

Centro de monitoramento da Polícia Federal

Desde 2016, em parceria com o Ministério da Educação e o INEP – a Polícia Federal tem um centro de monitoramento especial para os dias de aplicação do Enem.

Recentemente, os agentes federais deflagraram operações nos dias de aplicação das provas, em que alunos estavam utilizando escultas minúsculas enquanto pessoas de fora corrigiam a prova e passavam informações. Alguns envolvidos chegaram a pagar mais de R$ 100.000 para participar do esquema. Várias pessoas foram presas em flagrante e denunciadas.

Diante do exposto, é possível notar tamanha importância do poder público por meio das autoridades policiais na aplicação das provas.

Agora que você já sabe como funciona o maior vestibular do país e um dos mais importantes do mundo, fica fácil entender o por que se preparar e dar tamanha importância para o Enem.

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