O compartilhamento de fotos íntimas em sites e aplicativos para smartphones sem consentimento não para de crescer. De acordo com o último levantamento da ONG SaferNet, organização de defesa dos direitos humanos na internet, foram denunciados 224 casos desse tipo de crime apenas em 2014, sendo a maioria das vítimas dessa modalidade de crime do sexo feminino (81%) e uma em cada quatro, com idade inferior a 18 anos.
Popularmente conhecido como revenge porn (pornografia de vingança), a captação e o compartilhamento das imagens entre o casal normalmente acontece em um momento de confiança, mas o vazamento costuma ser motivado por rompimentos no relacionamento.
Fotos e vídeos estão constantemente na mira de pessoas mal-intencionadas. De anônimos a personalidades, pessoas que conhecemos já foram vítimas de cibercrimes e tiveram sua privacidade exposta no mundo digital. “A prevenção ainda é a melhor solução, sendo recomendável evitar o compartilhamento de senhas e o armazenamento na nuvem”, explica Emilio Simoni, gerente de Segurança da PSafe.
Outra opção é criar senhas para impedir que arquivos íntimos caiam em mãos erradas. O PSafe Total, gratuito na Google Play, por exemplo, disponibiliza recursos de Cofre e Proteção Avançada, que protegem as galerias de fotos, Facebook, WhastApp, Tinder, Grindr e oferecem mais segurança ao usuário em caso de furtos dos aparelhos.
No entanto, caso o vazamento ocorra antes de o usuário tomar medidas preventivas, a PSafe reuniu, em uma cartilha, dicas para ensiná-lo como agir frente a vazamento de dados:
1. Jamais apague as provas
Faça cópias de absolutamente tudo o que foi divulgado, registre a data de acesso e o link da página onde as imagens foram publicadas, se possível
2. Registre um Boletim de Ocorrência (B.O.)
Salve os arquivos em alguma mídia (CD, DVD, pen drive, etc), imprima todos eles e vá até uma delegacia para fazer um Boletim de Ocorrência, relatando o que houve
3. Faça uma Ata Notarial
Você pode preservar as provas registrando uma Ata Notarial em qualquer Cartório de Notas (ou Tabelionato de Notas). O documento lavrado tem plena validade jurídica, ou seja, ninguém poderá contestá-lo em um futuro processo judicial
4. Garanta a veracidade das mensagens
Para conteúdo em e-mails, a dica é “Salvar como anexo”. Quando encaminhado, o cabeçalho original é modificado, prejudicando a identificação do remetente
5. Convoque os amigos
Caso pessoas conhecidas recebam este material por qualquer canal, contem com elas no armazenamento das provas conforme a dica 1
6. Procure um advogado
Com as provas, o B.O. e a Ata Notarial (que não é obrigatória) em mãos, fale com um advogado – de preferência, especializado na área de Direito Digital
7. Fale abertamente sobre o assunto
Vergonha ou medo só reforçam a impunidade. Por isso, garanta os seus direitos e não se cale. Lembre-se: a culpa nunca é da vítima!