A Universidade de São Paulo (USP) está desenvolvendo uma vacina contra o novo coronavírus, causador da Covid-19, pandemia que vem causando mortes em diversos países e modificando a rotina das pessoas. O projeto é um dos 41 listados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como promissores para o combate e/ou prevenção do novo vírus.
O projeto da universidade pública é diferente da vacina que vem sendo testada nos EUA. Enquanto a vacina norte-americana tem o propósito de agir diretamente contra o vírus, a vacina brasileira sendo desenvolvida na USP tem, inicialmente, a intenção de proteger as células e evitar que o vírus se propague no organismo.
Com a proteção das células, o vírus não teria condição de se multiplicar e seria rapidamente combatido pelo sistema imunológico.
“Colocamos as partes do coronavírus que são importantes para desencadear uma forte resposta do sistema imunológico, para emitir os anticorpos bloqueadores e impedir o vírus de penetrar nas células.”
Segundo o professor Jorge Kalil, diretor do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da USP, o processo de desenvolvimento da vacina se dá a partir da criação de uma partícula semelhante ao coronavírus, o VLP (virus-like particle, em inglês), que, na verdade, é como se fosse um vírus oco, sem o material genético e, portanto, sem a transmissibilidade da doença, o que torna seguro usar em vacinas.
O professor ainda explica que essa parte importante do vírus utilizada no projeto, é a parte penetrante da célula, que são as coronas, que ficam no externo do vírus.
“No laboratório, a gente consegue sintetizar essa parte da proteína in vitro. A gente inclui esse peptídeo na partícula viral. São várias proteínas que sintetizamos e forma uma partícula, que colocamos junto a um pedaço do coronavírus que a gente escolheu.”
Vacinas para a Covid-19 podem sair mais rápido que outras doenças mas somente após a epidemia
Cientistas do mundo todo estão otimistas quanto ao sucesso da vacina para a Covid-19. No entanto, as estimativas contrariam as previsões para o controle da epidemia.
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Segundo informações divulgadas por infectologistas, o prazo estipulado para finalizar uma vacina será de aproximadamente 18 meses. Isso inclui, na melhor das hipóteses, os testes em humanos.
Por outro lado, muitos falam em fim da epidemia para meados junho ou no máximo agosto, isso considerando o cenário no Brasil e em caso de medidas que possam contê-la.
No resto do mundo, a China conseguiu controlar o pico máximo da doença e já registrou um dia sem novas contaminações locais. Por outro lado, a Itália segue constatando centenas de mortos diários.
Em território brasileiro, já são mais de 600 infectados, segundo o Ministério da Saúde.