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5 erros que sacrificaram o setor mobile da Microsoft

A Microsoft até que tentou, mas em várias ações "grandiosas", a empresa acabou por derrubar seu setor que mais deveria crescer nos últimos anos

Já sabemos que não é de hoje que a Microsoft aposta no mercado móvel. O atrelo da companhia com o desenvolvimento de aplicativos e ferramentas para o mercado mobile não passa despercebido, tendo como exemplo, a suíte de aplicativos Office até mesmo seu próprio sistema operacional, o Windows 10 Mobile.

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Apesar do grande esforço para crescer na área, algumas ações trouxeram um certo efeito reverso no desenvolvimento do seu sistema para smartphones. Confira a seguir, cinco falhas da Microsoft que desencadearam consequências de grande impacto em sua participação no mercado de smartphones.

1 – O Windows Phone chegou às pressas

A Microsoft já tinha apostado no mercado mobile antes mesmo dos sistemas operacionais que conhecemos hoje. Os aparelhos celulares com o Windows Mobile tinha como ideia uma central multimídia que realizasse boa parte das funções de um PC, entretanto, o projeto não decolou e a companhia acabou encerrando o suporte. Com a evolução do telefone, e a introdução de telas sensíveis ao toque, a Microsoft pensou em uma forma de retornar ao setor. E com pouco alarde, o Windows Phone foi lançado em novembro de 2010, chegando bem depois de seus concorrentes – iOS que foi lançado em 2007 e o Android tendo sua primeira versão lançada no ano seguinte. Este atraso na distribuição do sistema mobile da Microsoft acarretou numa diferença drástica de conteúdo, se comparado com os seus concorrentes que na época já obtinham uma boa representatividade em vendas. Aos poucos, a companhia foi fortalecendo o sistema móvel chegando ao atual Windows 10 Mobile que apesar de algumas lacunas não preenchidas, mostra um grande avanço visual e funcional do sistema. Vale lembrar que a Microsoft se mostra comprometida com o futuro do Windows Mobile lançando atualizações cumulativas para a versão final do sistema, como também o Windows Insider, uma programa para aqueles que se interessarem em acompanhar futuras versões do sistema que ainda estão sendo desenvolvidas.

2 – Planejamento falho nos Upgrades

Como qualquer outro sistema operacional, o Windows 10 Mobile passou por diversas atualizações que com o tempo remodelaram seu ecossistema, até chegar ao que ele é hoje. Trazendo melhorias tanto em aspectos visuais como funcionais, os upgrades fazem a alegria dos usuários mais devotos ao sistema. No entanto, a Microsoft proporcionou situações um pouco chatas para alguns clientes. Da transição do Windows Phone 7.5 para o seu posterior até então de codinome Apollo, a companhia realizou modificações que afetaram diretamente na forma em que o sistema se comunicava com o hardware, inutilizando a atualização em praticamente todos os telefones lançados até aquela data. Essa prática não foi bem vista pelos usuários que acabaram por adquirir um dispositivo com os dias contados. A situação foi “varrida para debaixo do tapete” com a liberação do update Tango (7.8), que trouxe algumas pequenas modificações no intuito de familiarizar os aparelhos obsoletos com a versão posteriormente lançada. Três anos depois a companhia comete o mesmo erro, desta vez sendo com aproximadamente 50% da fatia de aparelhos com a versão 8.1 do sistema. A Microsoft nunca explicou o motivo em si para abandonar grande parte dos dispositivos que suportariam a atualização, uma vez que os mesmos estavam listados e recebendo versões prévias do Windows 10. Entretanto, a empresa certifica que os mesmos não tinham hardware suficiente para o upgrade.

3 – Relação unilateral com as concorrentes

Certamente um dos grandes desafios de um corporação é firmar acordos e parcerias com terceiras no intuito de desenvolver ou receber serviços e produtos. Com a Microsoft isso não é diferente. A companhia de Redmond se destaca em um grande e seleto grupo de empresas parceiras, tais como as OEM’s que utilizam o sistema operacional em seus produtos, como também, as empresas que disponibilizam seus conteúdos na plataforma da empresa. Porém no caso do setor Mobile, a Microsoft se mostra um pouco frustada em relação dessas relações inter-empresariais, principalmente com a Apple e Google, suas maiores concorrentes que não se mostram contentas com o sistema e praticamente ignoram sua existência fazendo com que serviços como YouTube, Gmail e Apple Music dificilmente recebam suporte a plataforma mobile da Microsoft.

Talvez esse não seja o maior problema para os usuários, uma vez que boa parte destes conteúdos podem ser acessados via navegador Web, ou como também, aplicações conhecidas como “cliente” que conseguem trazer uma experiência bacana dos serviços em aplicativos desenvolvidos por terceiros. O maior problema fica em como essa negligência afeta diretamente a compra de um Windows pelo consumidor. Talvez você se pergunte o que a Microsoft faz para reverter essa situação.. mas acontece que ela praticamente realiza o oposto. Como exemplo, podemos citar a distribuição facilitada do aplicativos totalmente desenvolvidos pela Microsoft nas lojas de apps do Android e iOS. Isso se explica pelo fato da Microsoft ser uma prestadora de serviços – que movimentam uma boa lucratividade para empresa – mas, que não justificam a tamanha atenção. Esta situação chega ao ponto da AppStore, loja de aplicativos do iOS ter mais aplicativos da Microsoft do que a própria Windows Store. Enquanto isso, a Apple não produziu nenhuma aplicação para o Windows Mobile até o momento.

A Microsoft parece não se importar com essa relação unilateral com suas maiores concorrentes, afinal como dissemos, desta forma seus serviços também estarão disponíveis nos outros sistemas que acabam por ter mais público que o Windows 10 Mobile. Ao que parece, a Microsoft não conhece o Wesley Safadão, já que o cantor diz em uma de suas músicas que “Não depende só de mim, para o nosso amor durar”.

4 – Aquisição da Nokia: Destruição em Massa

A Nokia se mostrou um parceira e tanto para o Windows Phone. Em 2011 a empresa anunciava o Windows Phone como o sistema operacional principal de seus dispositivos. E apesar da Nokia ter grande participação no quadro de OEM’s do SO, a empresa passou por diversos cortes em postos de trabalho, chegando a perder o posto de líder no mercado de telefones para a Apple e Samsung. Mesmo em dificuldade, a Nokia nunca se desfez da parceria com a Microsoft, chegando a lançar aparelhos até 2013, quando a Microsoft oficializou a compra da Nokia Corporation por US$ 7,2 bilhões. A compra da divisão mobile trouxe muitas incertezas sobre o futuro dos aparelhos Lumia, principal linha de dispositivos que utilizavam o sistema da Microsoft. De pouco em pouco, a gigante da tecnologia foi desmembrando a identidade que a Nokia trazia em seus produtos e projetos. Uma das mudanças marcantes foi a decisão de retirar a marca Nokia da linha Lumia, trazendo o nome da empresa em seu lugar. Entretanto, a reformulação não trouxe tanto agrado ao público e praticamente não impactou na decisão de compra do usuário final. Essa medida acabou trazendo consequências que acabaram desencadeando um grande corte de gastos na divisão mobile, afetando os lançamentos de novos aparelhos, como também a participação deles em mercados emergentes – incluindo o Brasil. Se especula que a linha Lumia será abatida futuramente, dando lugar a dispositivos móveis da linha Surface.

5 – Software x Firmware 

O Windows 10 Mobile trouxe grandes novidades ao sistema, e uma delas é na forma de atualização. Como as versões do Windows 10 utilizam uma atualização “universalizada” pelo Windows Update, nem todos os aparelhos são qualificados para receber atualizações de Firmware. Essas atualizações atuam na forma de como o software irá “reagir”com seu hardware. Já que uma atualização desse porte necessita de grande compatibilidade entre o tipo de Hardware que está se configurando, a Microsoft optou por liberar atualizações de FW apenas para os dispositivos mais recente. Essa medida trouxe algumas situações comuns nos aparelhos antigos, como um leve perda de qualidade da câmera, um elevado gerenciamento de memória, entre outros bugs e erros como aquecimento e incompatibilidade com determinados acessórios. A liberação das Firmwares em aparelhos antigos foi substituída por atualizações cumulativas que focam em melhorias gerais e correção de bugs.

Vale ressaltar que a crítica sobre o setor mobile da Microsoft não tem como objetivo pejorar a companhia, e sim expressar uma opinião descritiva do autor.

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